terça-feira, 30 de julho de 2013

ALGUNS FRUTOS DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE














Testemunho via Facebook
 status de Católicos.
Moro em Copacabana. 


Fiquei praticamente 4 dias em prisão domiciliar. 
Grande parte do comércio estava fechada e o que funcionava tinha fila que não acabava. 
Era difícil sair de carro e era impossível correr ou caminhar na praia. Nem academia funcionou. 
Vi 5 filmes em 3 dias (a última vez que fiz isso devia ter uns 15 anos). 
Simplesmente ficou mais cheio do que no réveillon e por mais dias. Mas não escrevo para criticar, pelo contrário, essa JMJ poderia repetir todo ano aqui em Copacabana. 
Nesses dias, não vislumbrei desrespeito, sujeira, sedução barata ou mesmo uso de substâncias ilícitas e abuso de álcool. 
Simplesmente, eu observava as filas e ninguém furava. 
Carros que eventualmente passavam não eram socados. 
Não vislumbrei agressões. 
Também não vi lata ou sujeira no chão. 
Não tinha gritos e sim cantorias. 
Peregrinos com as suas bandeiras. 
Ficou muito cheio, é verdade; os sanitários disponibilizados eram poucos. 
Mas, independentemente da fé pessoal de cada um, o que eu vi foram jovens e adultos em uma celebração saudável. 
E vão embora daqui felizes. 
E deixaram muitos aqui felizes. 
Eu curti essa meninada. 
Rodolfo Hartmann





RECEBIDO POR MENSAGEM:

 status de Católicos.

SOBRE A VISITA DO PAPA, OS GASTOS PÚBLICOS E TUDO O MAIS

William Douglas, Juiz Federal/RJ e Professor

Como cristão protestante, saúdo a vinda do Papa. 
Nossas diferenças teológicas não são nada comparadas com nossa fé comum em Jesus Cristo.
"Bendito aquele que vem em nome do SENHOR; " (Salmos 118:26) - Seja bem-vindo!
E quanto às despesas públicas... gastamos dinheiro público com quem gosta de carnaval, oktoberfest etc, nao vamos discriminar quem gosta de Deus.
O Estado é laico, nao é ateu. Teístas e ateus, capitalistas e comunistas, todos somos Brasil, todos devemos respeitar e ser respeitados e o Estado deve atender as demandas de todos. 
Junto disso, claro, todo gasto deve ser feito de modo sábio e transparante, mas nada demais gastar com esta visita, que tão bem está fazendo a tantos brasileiros.
Por sinal, alguém que convida as pessoas a fazerem o bem, a cuidarem da família, a serem bons pais e mães, bons filhos, alguém que defende a honestidade, que critica o mal, que não concorda com a injustiça, certamente é uma pessoa que agrega valor a um país tão carente de bons valores.
Enfim, Bem-vindo, Francisco!

Lindo de ver, o respeito entre eles *-*
Vamos seguir o exemplo? Respeitar nosso irmão, independentemente de concordarmos ou não com a sua fé.
MAIS AMOR POR FAVOR

















30/07/2013

Dom Orani acabou de divulgar para a imprensa os números da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Ei-los:
  • 3,7 milhões de pessoas na missa de envio.
  • 3,5 milhões de pessoas na vigília.
  • 600 mil pessoas presentes na missa de abertura da JMJ.
  • R$ 1,8 bilhões desembolsados pelos turistas.
  • 1,2 milhões de pessoas na missa de acolhida do Papa, em Copacabana.
  • 2 milhões de pessoas na Via-Sacra.
  • 427 mil inscrições.
  • 175 países representados pelos peregrinos.
  • 356.400 peregrinos inscritos com hospedagens.
  • 356,4 mil vagas disponibilizadas para hospedagem em casas de família e instituições.
  • 72,7% do total de inscritos estiveram na primeira vez no Brasil.
  • 70 mil downloads no site oficial da JMJ Rio2013.
  • Mais de 200 mil acessos no site oficial da JMJ Rio2013.
  • Mais de 1,1 milhão de curtidas no Facebook da JMJ Rio2013.
  • 10 mil downloads no Flickr oficial da JMJ Rio2013.
  • 644 bispos inscritos (dos quais 28 são cardeais).
  • 7.814 sacerdotes inscritos
  • 632 diáconos inscritos.
  • 6,4 mil jornalistas credenciados para cobrir a JMJ para 57 países.
  • 264 locais de catequese, em 25 idiomas.
  • 60 mil voluntários.
  • Mais de 800 artistas participantes dos Atos Centrais.
  • 100 confessionários foram expostos na Feira Vocacional e no Largo da Carioca.
  • 4 milhões de hóstias produzidas, 800 mil para missa de envio.
  • 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais recicláveis, durante a JMJ Rio2013 (10% a menos do registrado na noite do último Ano Novo).
  • 55% do público inscrito na JMJ é do sexo feminino.
  • 60% do público inscrito na JMJ tem entre 19 e 34 anos.





Obrigada a todos que partilharam essas imagens e mensagens no Facebook, deste tempo especial de graças, não só para o Brasil, mas para o mundo todo. 


terça-feira, 23 de julho de 2013

O Jovem, a JMJ e o YOUCAT




No dia 11 de Outubro de 1992, o Papa João Paulo II entregava aos fiéis de todo o mundo o Catecismo da Igreja Católica.
No dia 28 de Junho de 2005, Bento XVI apresenta o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica que espelha fielmente na estrutura, nos conteúdos e na linguagem 
o Catecismo da Igreja.


Com a necessidade de traduzir na linguagem dos jovens,e
sob a orientação do Arcebispo de Viena, Christoph Schonborn, 
surgiu então um Catecismo Jovem. 

O YOUCAT é uma abreviatura de Youth Catechism 

(Catecismo Jovem), que baseado no Catecismo da Igreja Católica, está escrito para jovens que querem saber em que acreditam. 

Foi lançado em Agosto de 2011 

na Jornada Mundial da Juventude de Madrid.
O YouCat tem a mesma estrutura do Catecismo da Igreja Católica. É composto por 527 perguntas simples, com respostas 
que exprimem a fé da Igreja Católica. 
Tem uma linguagem jovem, exemplos cotidianos. 
Muito colorido, com fotos, desenhos chama a atenção. 


Nos cantos das páginas tem diversas citações bíblicas, frases de santos e definições importantes, que dizem respeito aos temas apresentados naquela página.










No prefácio do YOUCAT o papa pede aos jovens:
 “Estudai o catecismo com paixão e perseverança! 
Para isso, sacrificai tempo! 
Estudai-o no silêncio do vosso quarto, 
lede-o enquanto casal estiver a namorar, 
formai grupos de estudo e nas redes sociais, 
partilhai-o entre vós na internet! 
Permanecei deste modo num diálogo sobre a vossa fé!”.

http://www.catecismojovem.com.br/youcat


Julho de 2013.
A juventude católica está em festa na JMJ com o Papa Francisco e celebrando o presente dado pelo Santo Padre Bento XVI, 
o YOUCAT– um livro cativante. 
Com ele a Igreja começava a trilhar um novo 
e bonito caminho para alcançar o 
"mundo dos jovens" em todos os sentidos.
O jovem em si mesmo gosta de tudo o que de certa maneira se aproxima do seu mundo. 

Quando falamos dessa proximidade, 
logo nos perguntamos:
 - E qual é o mundo do jovem hoje? 
Dentre tantos lugares, podemos dizer que hoje um universo em especial é o das redes e mídias sociais. A Igreja tem nos ensinado que a internet não é simplesmente um meio para falar sobre a fé, mas, sobretudo um lugar para comunicá-la. E um jeito bonito que ela encontrou para fazer isso foi nos presenteando com o YOUCAT porque ele traz algumas características bem jovens e próprias do universo cibernético como: a sua estrutura de perguntas e respostas, o uso de imagens, pequenas reflexões e os textos complementares.



O maior legado que uma Jornada Mundial da Juventude pode nos deixar é o desejo de tornar o nome e o Rosto de Jesus de Nazaré mais amado e conhecido.



  



O YOUCAT que nos foi dado na última JMJ veio para dar força a esse legado. Tenho percebido que desde que fomos presenteados, 
a cada contato que os jovens têm com esse Catecismo se cumpre 
o que o Santo Padre nos diz no prefácio, de
 "que este livro é cativante,porque fala do nosso próprio destino, pelo que está profundamente próximo de cada um de nós". 
Porque nos cativou queremos que ele seja 
conhecido e usado por outros.


Aqui me recordo da conversa de Jesus com aquela jovem 
samaritana. Que maravilha, aquele encontro de Amor. 


Dele nasceu um propósito, uma missão.
Aconteceu ali o abraço da tarefa com o dom ofertado. 
"Vinde ver um homem que me disse quem eu sou. 
Seria Ele o Cristo?" (Jo 4, 29). 
Como aquela jovem, os jovens de hoje depois que conhecem 
o YOUCAT se sentem motivados a sair de si 
e ir ao encontro de outros, lhes convidando a conhecerem 
Aquele que é capaz de apaziguar a nossa sede: Jesus de Nazaré! 

E o canal desse convite tem sido inegavelmente as redes e mídias sociais, como o próprio Santo Padre Bento XVI nos sugeriu.




Neste sentido é fascinante a resposta frutuosa que tem sido dada por nossos jovens. Realmente, o desejo do Santo Padre de partilhamos na internet tem sido cada vez mais crescente em nosso meio. 

Por meio dela cada um tem buscado participar e se envolver.

 Essa resposta tem se tornado de fato uma rede 
de interação e diálogo sobre a nossa fé. 
E o bonito é perceber que essa semeadura no campo virtual, 
não tem sido infértil, ao contrário, posso atestar que realmente 
os frutos gerados têm sido a formação de grupos de estudo 
em paróquias, comunidades, escolas, universidades,
nos diversos ambientes e segmentos jovens, 
revelando desta forma que realmente:
"jovens não são tão superficiais como se diz deles. 
Eles querem saber o que é realmente a vida", 


como concluiu o nosso Papa Emérito Bento XVI.


Seu irmão,
Jerônimo Lauricio
Colaborador do Projeto Catecismo Jovem

domingo, 21 de julho de 2013

ACOLHER JESUS COMO AS IRMÃS DE BETÂNIA




Evangelho do 16º Domingo do Tempo Comum cf. Lc. 10,38-42




Nós vivemos no mundo do corre-corre, ou numa palavra clássica, do chamado  ativismo”.
Contemplamos as pessoas correndo desvairadamente de um lado para o outro. 
E isso vem desde os tempos de Jesus. 
Assim, Jesus, vez e outra, irreverente 
com seus anfitriões (cf Lc 13,27ss), 
aproveita as intensas ocupações de Marta, 
sua anfitriã, para falar do assunto 
no Santo Evangelho. Pois ela deseja que Dona Maria, 
imersa na escuta das palavras do Mestre Jesus, interrompa 
sua audiência e a ajude a preparar a comida para Jesus. 

Mas, por que preparar a comida, se não se sabe para quê? 

Se a gente não se abre para acolher a mensagem, 
para que acolher o mensageiro? 

Um bom anfitrião procura servir o melhor possível, mas 
se ele não faz tempo para se abastecer, que poderá oferecer? 

Um montão de coisas, mas não aquilo que serve. 
“Marta, Marta, tu te ocupas com muitas coisas; uma só, porém, é realmente indispensável...”(cf. Lc 10,41-42). Não diz o que. 
Só diz que Maria escolheu a parte certa: escutar Jesus. 
Muito mais importante do que acolher Jesus numa casa bem arrumada, a uma mesa bem provida e servida é acolhê-lo, 
com suas palavras, no coração e na vida integral. 
Então saberemos preparar a mesa do modo certo.


Irmãos e Irmãs caríssimos



Um dos temas mais caros da Sagrada Escritura é a escuta da Palavra de Deus. 
Vem desde o livro do Gênesis, percorre todos os Profetas e é uma das chamadas constantes dos Santos Evangelhos. 


Todos nós somos convidados a abrir nossas vidas para a escuta da Palavra de Deus e colocar esta palavra em prática.

O homem é tendencioso a auto-suficiência, ou seja, a satisfazer 

seus desejos e interesses de maneira própria e pessoal. 
Um de nossos dramas é sair dos próprios interesses que, 
ao final, perfazem um círculo vicioso, e alcançar o transcendente.

Assim, Jesus, no Evangelho que hoje (cf. Lc. 10,38-42) 

refletimos nos fala que a fome do transcendente sacia-se 
na escuta da Palavra de Deus. 
Essa escuta não impede o trabalho, mas lhe dá sentido 
e torna-se condição de boa oração. 
A essa escuta todos são chamados. 
As mulheres eram excluídas de ouvir a Palavra de Deus. 
Mas, Jesus veio acabar com qualquer discriminação e vem 
ao encontro de Maria para ouvir a Palavra de Deus.

Dona Maria está sentada aos pés do Mestre, 

escutando seus ensinamentos. 
No ambiente rabínico circulava a opinião de que antes 
de entregar a tora a uma mulher, seria preferível queimá-la. 
Que diferença entre essa mentalidade e a de Jesus! 
Da escuta da Palavra de Deus ninguém é excluído.

Jesus hoje acentua o amor horizontal para o próximo. 

Jesus vai ao encontro de duas mulheres privilegiadas 
dentro da vida pública de Jesus: Marta e Maria, irmãs de Lázaro, 
a quem Jesus ressuscitara dos mortos. 
Jesus era amigo pessoal dos três e costumava hospedar-se 
em sua casa todas as vezes que ia a Jerusalém. 

Estes três irmãos moravam em Betânia, 
um lugarejo distante 15 km de Jerusalém, situado no sopé do Monte das Oliveiras, porém na encosta contrária àquela que se volta para a cidade Santa e onde se situava o horto da Paixão.
Para entrar em Jerusalém os judeus se lavavam antes. 
Assim, em Betânia, Jesus foi se lavar na casa de Lázaro, 
de Marta e de Maria.

Meus queridos Irmãos,

A preocupação de Marta era compreensível: 
ela tinha 
que preparar comida para Jesus e para seus doze apóstolos. 
Isso tudo exigia muita preparação e grande trabalho, 
conforme as donas de casa bem entendem.

Marta estava distraída com a preparação do alimento para os visitantes. O trabalho é necessário, é nobre e é bom! 

Mas o trabalho deve ser santificado pela escuta 
da Palavra de Deus.

Assim, vem a pergunta: 

E o que é escutar a Palavra de Deus? 

São Paulo ensina que “a fé nasce da escuta da Palavra de Cristo”
(cf. Rm 10,17). O próprio Cristo elogiou Maria pela grandeza 
de “escutar a Palavra de Deus”(cf. Lc 11,28). 
E, em outra ocasião, Jesus adverte aos judeus que o seu pecado consiste “em não escutar a Palavra de Deus”(cf. Jo 8,43).
Não se trata de supervalorizar a contemplação em detrimento 
da ação. Não há primazia da contemplação. 
O que é necessário é que toda a nossa ação brote 
da Palavra de Deus e dela se nutra.

Escutar a Palavra de Deus não é somente lê-la com os olhos. 

É muito mais do que isso: é ouvi-la com os ouvidos 
e compreendê-la com o intelecto, mas transformá-la em prática 
de vida, em forma de prece orante, em comportamento, em obras,
a ponto de cantar como São Paulo: 
“Não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim!”
(cf. Gl 2,20).


Estimados Irmãos,

Dona Maria é hoje apresentada como o modelo do verdadeiro discípulo que, em parte coincide com o retrato do verdadeiro israelita descrito pelos Salmos. 

Digo em parte, porque Jesus faz exigências novas. 
O verdadeiro discípulo, aquele que escuta a Palavra de Deus 
e a põe em prática, Jesus o compara ao homem que construiu 
sobre rocha sólida e a um campo fértil que produz muitos frutos.

Marta, ao contrário, fez um julgamento dizendo que Maria 

a deixara sozinha nas lides da cozinha. Muitas vezes nos comportamos como Marta sempre com lamúrias e reclamações 
de toda a sorte.

Jesus não condena o trabalho de Marta, mas a sua super preocupação. Assim, a hospitalidade foi sempre recomendada 

pelo Antigo e pelo Novo Testamento: 
“Praticai a hospitalidade”(cf. 1Pd 4,9).

Meus irmãos,

A primeira leitura nos mostra a virtude da hospitalidade na figura de Abraão. 
Deus – que nos anjos se tornou um 
hóspede – o recompensa com 
a promessa de um filho. 

Paulo, na segunda leitura, pode ser um exemplo. Ele passou da “passividade” 

do sofrimento, assumindo no seu corpo aquilo que o sofrimento de Cristo deixou para ele. Foi desta identificação profunda com Cristo que 
ele tirou a força para o seu surpreendente apostolado.

Ainda hoje Jesus está em viagem e, cansado, bate à nossa porta. Será que o acolhemos na sua Palavra, no angustiado à procura 

de uma boa palavra, no pobre que pede um pedaço de pão, 
nos injustiçados, colaborando em criar estruturas 
sociais mais justas e fraternas?

É importante que acolhamos a Jesus como Maria, colocando-nos aos seus pés para ouvi-lo, mas é importante também que o acolhamos como Marta, proporcionando-lhe descanso e alimento, contando que tudo seja feito no Senhor. 

Quanto ao motivo é de ação de graças para
podermos hospedar o Senhor! 

Amém!



Por: Padre Wagner Augusto Portugal

segunda-feira, 1 de julho de 2013

A BÍBLIA dentro de uma visão libertadora

O documento n.26 da CNBB Catequese Renovada diz que a Bíblia é a primeira fonte da catequese. Ela deve inspirar todo o processo catequético e também a catequese com adultos.
Hoje em dia, a Bíblia já está na mão dos adultos através dos círculos bíblicos e outros de reflexão como da Campanha da Fraternidade, da Novena de Natal etc.
A Bíblia é inspiração constante nas Comunidades.Mas, para trabalhar adequadamente com a Bíblia na formação dos adultos, o próprio agente deve se formar para ter uma visão da bíblia que realmente ajude os adultos a alimentar sua vida cristã.
A Bíblia é um livro para adultos.
A Bíblia é um livro escrito por adultos para adultos. Ela trata as pessoas como adultos. Deixa espaço para refletir e para decidir.Não dá receitas prontas, nem coloca grandes dogmas de fé.
A Bíblia leva a descobrir a mão de Deus nos acontecimentos, alerta para a vivência da Aliança e deixa espaço para se posicionar diante dela.
Na própria Bíblia encontramos correntes diferentes, ideias às vezes opostas, releituras de antigos textos.
A Bíblia é diferente de um catecismo que coloca as verdades da fé sem muita possibilidade de discussão ou de opiniões diferentes.
A Bíblia relata a experiência que um povo tem de Deus.
A Bíblia não é a Palavra de Deus que caiu do céu. Ela brotou da própria vida com suas lutas e sofrimentos, com suas situações e acontecimentos. É aí que o Povo da Bíblia foi descobrindo a mão de Deus, seu rosto, seus apelos. 
A Bíblia foi escrita a partir da experiência de Deus que o Povo fazia na sua história, orientado pelos profetas. Para entender bem o texto, devemos ler o mesmo a partir da situação concreta (contexto).

O que o levou a escrever? 

A partir disto podemos interpretá-lo para nossa situação.Em Jesus, a revelação de Deus chegou ao auge. Os primeiros seguidores de Jesus experimentaram nele a presença do próprio Deus.
Hoje, a Bíblia vai nos ajudar a descobrir Deus na nossa vida, escutar seus apelos e dar nossa resposta.
A Bíblia é uma Biblioteca.
A Bíblia é um conjunto de escritos com gêneros literários diferentes. É necessário conhecer tais estilos literários para não tomar ao pé da letra e cair numa leitura fundamentalista.A Bíblia está cheia de simbolismos e narrativas que ajudam a encontrar o sentido mais profundo dos acontecimentos e da ação de Deus. 
A Bíblia não é um livro de ciências, nem de história, no atual sentido da palavra. Ela não pretende transmitir dados científicos e históricos.Sua linguagem não é informativa sem consequências para nossa vida, mas propositiva: apela a uma resposta.

Na catequese com adultos damos uma visão geral do livro e da história do povo da Bíblia e da sua mensagem central: a Aliança.
A Bíblia é uma luz para a vida de hoje.

O documento de Puebla (n.997) diz assim: "A catequese deve iluminar com a Palavra de Deus as situações humanas e os acontecimentos da vida, para neles fazer descobrir a presença ou ausência de Deus".
A Bíblia não pode ser lida desligada da vida ou ser lida num sentido espiritualista. O povo da Bíblia chora, louva, grita a Deus. Isto brota da vida que não é só doçura, mas coloca o ser humano diante de duras e incompreensíveis realidades. Às vezes, a Bíblia dá respostas, mas também se cala diante do mistério da vida e do sofrimento.

A Bíblia é o livro da Aliança.

Toda a Bíblia é impregnada da mensagem da Aliança que Deus contraiu com seu Povo.É um pacto de amor e fidelidade. É uma mensagem de libertação, de salvação. Mostra o caminho da verdadeira vida e os caminhos tortos e pecaminosos que desviam dela.
A leitura catequética deve sempre levar em conta esta mensagem libertadora da Bíblia.Deus quer salvar em situações bem concretas, como podemos ler no livro do Êxodo, nos livros dos Profetas e na mensagem da Aliança e, no Novo Testamento, no anúncio do reino de Deus. 
A Bíblia quer ajudar a descobrir o plano salvífico de Deus.Há certas passagens na Bíblia que, à primeira vista, não são libertadoras.Foram escritas em determinados contextos que devem ser levados em conta.
O que valia naquele tempo, naquela cultura, nem sempre vale ou pode ser aplicado à nossa situação.Dentro de uma visão libertadora, devemos dialogar com esses textos e até criticá-los. Alguns exemplos: as guerras santas e o extermínio dos inimigos, a dominação da mulher, o casamento polígamo, as leis de purificação e de alimentação... 
Se tomarmos tudo literalmente para nós hoje, caímos numa leitura fundamentalista que não liberta, mas escraviza.
Uma verdadeira leitura bíblica ilumina as situações de dominação e injustiça que existem hoje e anuncia a libertação integral de todos.

A Bíblia faz uma leitura a partir dos pobres.
Pode-se fazer a leitura da Bíblia a partir de diversos ângulos. Cada ângulo descobrirá determinadas facetas. 
Podemos ler a Bíblia como uma interessante leitura de fama mundial ou para defender nossas posições religiosas contra aqueles que pensam diferente. 
Podemos ler a Bíblia para encontrar consolo e paz. 
O poderoso não encontrará textos a seu favor. 
Podemos nos sintonizar com os profetas e com o próprio Jesus; façamos então a leitura da Bíblia a partir do pobre, do marginalizado. 
Os pobres têm lugar preferencial na Bíblia, são chamados bem-aventurados e benditos.

A Bíblia é o livro da comunidade.
A Bíblia é o livro do Povo de Deus, das primeiras comunidades cristãs, das nossas comunidades hoje. Lida em comunidade, a reflexão se aprofunda e enriquece. 
A Bíblia quer construir e fazer crescer a comunidade de fé, a comunhão fraterna, a vida de oração (leitura orante da Bíblia). Leva à solidariedade e compromisso. Por isto, é importante a leitura da Bíblia em grupo, onde Jesus está no meio para nos iluminar.Evita-se uma leitura intimista, simplista.

A Palavra de Deus é altamente questionadora, visa a conversão do seu povo, denuncia atitudes que vão contra a prática comunitária da fraternidade e igualdade A Bíblia deve ser lida na perspectiva do Reino.
A leitura Bíblica não visa somente a formação da comunidade, mas deve inspirar o serviço ao mundo, o qual deve ser transformado em Reino de Deus, 
Reino de paz e de justiça, de fraternidade e igualdade, onde Deus é tudo em todos.O Reino ultrapassa as fronteiras da Igreja, não depende de estruturas e se completará na eternidade Por isso a leitura da Bíblia deve levar a uma conscientização, a um compromisso para uma ação transformadora da sociedade, onde o Reino está para ser construído.Tal leitura acentuará a nossa responsabilidade como colaboradores de Deus no seu plano de salvação que é um plano universal.

Evitemos a visão de um Deus milagreiro que resolve os problemas humanos sem a atuação do ser humano.Saibamos ler a linguagem simbólica da Bíblia que, através de muitas narrativas de milagres, quer fazer entender que Deus não nos deixa sozinhos no processo de libertação.
Tomando literalmente as narrações de milagres, corremos o risco de fazer uma leitura alienante que dispensa a atuação humana, deixando a solução dos problemas unicamente à ação milagreira de Deus.
É importante saber que Deus efetua e realiza seu plano de salvação com a nossa cooperação e que recebemos um chamado divino para construir o Reino. Nossa atuação é indispensável.

Ao ler a Bíblia, não façamos oposição entre o Antigo e o Novo Testamento.
É o mesmo Deus que se dá a conhecer: o Deus da Aliança que ama seu Povo e quer libertar. Em Jesus, Deus veio completar a Aliança, mas não a derrubou ou substituiu. 
O Novo Testamento é uma releitura do Antigo Testamento à luz da morte e ressurreição de Jesus. 
Jesus está na linha de muitos profetas e os primeiros cristãos entenderam Jesus a partir das Escrituras.
É importante conhecer o Antigo Testamento.Quanto mais o conhecermos, tanto mais entenderemos quem é Jesus, suas ações,seus ensinamentos,seus muitos títulos. 
A riqueza do Antigo Testamento reflete na pessoa de Jesus com maior fulgor e perfeição. Tal leitura despertará também maior respeito pelas raízes judaicas do cristianismo. Aumentará o respeito pelo povo judeu, o primeiro chamado por Deus e que continua sendo chamado (cf. Rm 11).

A Bíblia ensina grandes valores.
Não reduzamos a Bíblia a exemplos edificantes, acentuando normas, proibições. Mas levemos a viver os grandes valores que a Bíblia nos mostra: serviço, justiça, misericórdia, perdão, fraternidade e tantos outros.
A Bíblia resume toda a moral em amar a Deus e ao próximo. Este amor será criativo e descobrirá como colocar isto em prática do melhor modo possível.

A Bíblia não dá receitas prontas para nosso agir hoje. 
A vida moderna nos coloca diante de questionamentos não tão simples e que não se apresentavam ainda no tempo da bíblia, como: guerras nucleares, corrida armamentista, preservação da natureza, controle da natalidade, aborto, democracia, direitos dos trabalhadores, emancipação da mulher, problemas da bioética e tantos outros.
A Bíblia não fala diretamente sobre isto.
Fala sobre problemas morais e éticos do seu tempo, problemas que nem sempre são os nossos, como a observância da Lei de Moisés, as guerras "santas", a idolatria e outros. Por outro lado, problemas como: riqueza/pobreza, poder/opressão, culto/vivência estão bem presentes também nos dias de hoje.
Hoje, a Bíblia quer ser uma inspiração para nós; para encontrarmos o caminho certo dentro do plano de salvação de Deus.Trata-se mais de uma mentalidade do que de prescrições exatas; é mais uma procura, uma descoberta da vontade de Deus hoje que quer nos tirar da "casa da escravidão" (Ex 20,2).

Jesus Cristo está no Centro.
Toda a Bíblia encontra seu sentido pleno na pessoa dele.
Para os cristãos, Jesus Cristo é o ponto alto da salvação de Deus.
Não devemos cultuar o Livro.
Antes do Livro está a pessoa viva de Jesus Cristo, presente na sua comunidade que, pela força do seu Espírito, quer renovar a face da terra e implantar o Reino do pai, desde já, aqui e agora.

O método da Leitura Bíblica é o conhecido: 

VER - a realidade, as experiências, as dúvidas...
JULGAR-  à luz da Bíblia; 
AGIR - mudar de mentalidade e chegar à ação
CELEBRAR-  a reflexão da vida e
 AVALIAR de vez em quando.

Um bom exemplo do método de Jesus nós encontramos em Lc 24,13-35(no caminho para Emaús), onde encontramos:
"VER"- nos momentos de diálogo e situação (v.13-24), 
"JULGAR" - explicou à luz das Escrituras (v.25-27), 
"CELEBRAR"- sentou-se à mesa com eles.. (v.28-31), 
"AGIR"- levantaram-se...e confirmaram... (v.32-35).
 
A narração da mulher samaritana segue o mesmo desenvolvimento. 

Conclusão 
Estas reflexões (que não pretendem ser completas) mostram que não se trata de colocar simplesmente a Bíblia na catequese com adultos e fazer a leitura de certos textos. Supõe que o agente saiba usar a Bíblia dentro de uma visão libertadora, dentro do contexto atual da vida, levando a um compromisso em nível pessoal, comunitário e social.



Fontes: Como nossa Igreja lê a Bíblia; 
A Bíblia na catequese com adultos; 
Revista Vida pastoral; 
A Bíblia na catequese; ]
2ª Sem.Bras.Catequese.
http://veracatolico.blogspot.com.br/2013_06_01_archive.html